Narrativas Surdas
Na prática docente, é importante considerar que os estudantes surdos são sujeitos ativos, históricos e sociais. Logo é importante escutar, reconhecer e valorizar o que eles próprios têm a dizer sobre si, sobre as suas vivências e sobre a escola que desejam.
A necessidade de construir um território significativo para a educação de surdos, de acordo com o autor Carlos Skliar, para além da espera de uma “melhoria” dos paradigmas dominantes na educação, aponta para um inquietar “acerca de como narramos aos outros, de como os outros se narram a si mesmos, e de como essas narrações são, finalmente, colocadas de um modo estático nas políticas e nas práticas pedagógicas” (2016, p. 13).
Assim, como uma forma de se inquietar e refletir sobre a prática pedagógica, é necessário abrir espaço para as epistemologias surdas, reconhecendo-os como também produtores de saberes, que devem ser valorizados. Se julgamos importante uma educação multicultural e que respeite a diversidade, precisamos ouvir as suas narrativas.
No campo da educação, essas narrativas podem inclusive ser utilizadas como recurso metodológico para o letramento e para o ensino de língua portuguesa. É uma maneira também de utilizar o letramento como prática histórica e social, que cria um novo espaço de discurso centrado na experiência do surdo e contribui para o seu processo de autonomia e emancipação.
Apresentamos abaixo um vídeo em que os surdos, participantes da pesquisa, compartilham um pouco da sua história e experiências na escola.
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